terça-feira, 13 de outubro de 2015

Produção de um paninho!

Depois de muito maquinar, vimos que várias das atividades das crianças não geram produtos. Como assim? Deixe-me explicar melhor...

Sempre que fazemos uma construção com o material Lego, as crianças não veem o que aquela construção poderia produzir de verdade. Por exemplo, quando construímos eletrodomésticos as frutas não são espremidas e os fogões não funcionam; quando construímos escavadeiras, o solo não é revolvido; quando construímos uma semeadeira, não semeamos, temos ideia de como funciona... E por aí vai! Tudo bem que a ideia é fazermos protótipos e rascunhos do que acontece, mas não seria legal podermos ter um produto de verdade?

Foi então que depois de algumas ideias, decidimos fazer a construção de um tear com as turmas de 4º ano, de modo que ao final houvesse a produção de um pedacinho de pano.

O pano seria feito a partir do alinhavo de barbante, lã, linha de trico etc. com duas cores diferentes.

Isso significou conversarmos sobre o funcionamento do tear, algo que viram com as professoras regentes, assistirmos vídeos de teares em funcionamento e vermos imagens de partes do tear. Tudo isso para entendermos um pouco o funcionamento de um tear, experimentar um modelo inicial de tear, para depois colocaremos a mão na massa e fazermos nosso paninho.

Acho que nessas horas vale a pena todo o esforço em pensar atividades diferentes... Ver a moçadinha entender a ideia do tear, pensar na trama entre as linhas hora por cima hora por baixo, ver um paninho nascer da linha foi muito bacana!


Como este foi o primeiro teste, o momento final foi um tanto frustrante. Tirar a linha do "tear" e conseguir manter tudo junto enquanto as pontas das linhas eram amarradas para não soltarem algo muitíssimo complicado. Numa turma, apenas um grupo conseguiu deixar tudo junto, na outra, tentei orientá-los para que tivessem mais linha para fazerem a amarração final. Isso sim foi trabalhoso.

Enfim, de fato, ao pensarmos no funcionamento do tear não tem nada de muito simples e exatamente por isso, valeu a pena também reforçar a importância de reconhecermos que esse tipo de trabalho artesanal deve ser valorizado. E muito.

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