domingo, 21 de fevereiro de 2016

Sólidos geométricos e LEGO

Para quem não sabe, o nome das pecinhas mais comuns do Lego é bloco. Isso mesmo. Não a toa chamam de blocos de montar.

Então, imagina que associação podemos fazer com a matemática? Isso mesmo! Se você pensou em sólidos geométrico foi na mosca!

Como a moçadinha do 5º ano está trabalhando com sólidos geométricos, usamos a deixa para experimentarmos um pouco a criatividade e quebrarmos a cabeça, afinal a ideia é quebrar a cabeça... 

Os sólidos geométricos têm formatos diversos - cubos, esferas, cilindros, prismas, pirâmides e por aí vai. Mas para usarmos o Lego como material para construirmos sólidos geométricos, teríamos que pensar em blocos como paralelepípedos, prismas retangulares e cubos - ou seja, hexaedros.

Como o formato do bloco Lego já é um paralelepípedo ou um prisma retangular, a brincadeira era bolar um paralelepípedo usando todas as peças! AH! Diversão garantida!

Maaas como nem tudo é mingau por aqui, o desafio proposto para quem conseguisse montar logo o paralelepípedo seriam montar um cubo!

Opa! Por partes! Um paralelepípedo é um sólido geométrico com seis faces retangulares (e por isso também pode ser considerado um prisma retangular). Um cubo também é um sólido com seis faces, mas desta vez, todas são quadrados, o que nos diz que todas as arestas do sólido têm que ter exatamente o mesmo tamanho... Se você acha que é fácil conseguir fazer isso, pegue uma régua e tire sua dúvida. Experimente e meça!

Aqui vão as fotos que lembrei de tirar no 5C!

Em processo de construção.... :)


Esse já prontinho!



Outro prontinho!




 E os cubos!!!!

Deram um trabalho pra fazer... :)




Mão de papelão com Lego!!

AH! Adoro quando alguém se anima com as ideias propostas!! Desta vez foi uma aluna do 8º ano E!

Num outro dia postei que iriamos fazer uma mão de papelão para experimentarmos robotizá-la - ou como Lego ou com pequenos motores. Nem todos animaram. E, aliás, tive boas surpresas com algumas crianças que normalmente não se envolvem com as atividades. Enfim, como a atividade foi proposta pela turma E e só o pessoal desta turma animou, tivemos a produção de quatro mãos - o que não é muito bom tendo em vista que a turma poderia ter produzido 11 mãos (uma para grupo).

Acontece que uma das alunas animou e fez em casa uma mão com papelão duro e bem direitinho como estava no vídeo do Manual do mundo! E ficou ótimo!!!! :D

Trouxe para me mostrar e para podermos experimentar a motorização com o Lego, já que essa era a proposta de continuidade para quando a mão estivesse pronta. E ficou muito legal!

Parabéns Júlia de Assunção Pires pelo esforço e dedicação!! :D

2016 chegou com tudo!

Bem vindo 2016! :)

Mesmo que digam que tudo só começa depois do carnaval e esta postagem seja depois do carnaval, já estamos a mil por hora!!!

Neste ano fiquei sem colegas de fundamental II, com muita tristeza e coração partido, e por isso vou tentar postar com mais frequencia tendo em vista maior quantidade de material das turmas.

O pessoal do 9º ano começou esquentando com o tema Ética e Tecnologia e tendo como referência o vídeo Story of Stuff!

Jázinho posto o que fizemos em relação ao projeto de Stop Motion no 8º ano deste ano!

7º ano me deixou animada com as primeiras aulas de mobilidade biomimetizando aves! Estão com a pilha total!

Inclusive ouvi que sexto ano só brinca de jogar aviãozinho de papel... tsc tsc tsc... Mal sabem o que estamos fazendo! :)

Também tem material da moçadinha do 5º ano que veio animada para programar e fazer construções de sólidos geométricos - paralelepípedos e cubos!

E para o 4º ano estamos esquentando as turbinas na programação... ;)

Como neste ano, todas as turmas de fund II são minhas, infelizmente não fiquei com os fofos de 1º a 3º ano... Mas valem os "Oi tia Ju!" no corredor!

Estamos com 12 computadores em sala e a promessa é de muito software e programação nova.
Vamos usar o Enchanting e o programa da LEGO para fazer o EV3 funcionar. Para isso, tarefa de casa foi experimentar o Scratch e o Code.org. Quem acessou e experimentou, gostou! Valem mais umas dicas e sugestões de acesso para garantir pelo menos que tenham familiaridade com o Enchanting, porque o software do LEGO é conhecido pelas turmas de 8º e 9º ano.

É isso aí! Pilha total!!! Que venha 2016!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Protótipo de mão robótica com papelão

Como último dos temas a tratarmos neste ano com os 8ºs anos foi corpo humano, combinamos de testar a construção de mãos, braços com mãos e movimento de pernas.

Acontece que logo no dia da primeira construção, um dos alunos levantou a mão e lembrou da mão de papelão que o Iberê fez no Manual no mundo. Para quem não sabe do que estou falando, está perdendo um dos canais mais legais que tem no YouTube! Óbvio que quando o menino sugeriu que fizéssemos, botei a maior pilha para fazemos também! :)

Combinamos que eu levaria os moldes de papelão da mão, usaríamos os canudos que têm na escola de outras atividades, mas a moçada deveria levar tesoura ou estilete, cola quente ou super cola e elástico. Levei o combinado, mas como acontece na maioria das vezes, apesar das várias orientações, apenas seis crianças levaram alguma parte do material para fazermos a mão em sala (de duas turmas somando quase 80 crianças!). Resultado? Quem levou o papelão usou meus moldes e, para cutucá-los, passei o vídeo para as turmas assistirem.

Como não dou ponto sem nó aqui, os moldes estão guardados, comprei 9m de elástico, separei cola e fita adesiva para a aula seguinte.

Como estímulo é estímulo, fiz a minha mão também! :) Coloquei ao longo do post algumas das fotos.

Depois posto fotos da aula... se eles tiverem animado e levarem parte do material...

AH! Para quem quiser fazer a mão em outro estilo ou mesmo um upgrade para material eletrônico, aí vão alguns links...

- Mão de canudos e rolo de papelão.
https://www.youtube.com/watch?v=smPFniD8fMY

- Mão usando motorzinhos, bateria de 9 volts.
https://www.youtube.com/watch?v=dV9-bWfXbVs

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Aeroplano de isopor com hélice tensionada por elástico

No inicio do segundo semestre, tratamos da construção de um aeroplano com os pequenos de 3º ano - veja AQUI! Foi tão animador que as crianças de vez em quando lembram. Mas qual não foi minha surpresa quando fui dar aula no 3º E na quinta-feira e um dos pequenos estava com um aeroplano de isopor movido a hélice presa num elástico. Genial!!

O aeroplano voa direitinho e minha surpresa foi tão grande que rapidinho os pequenos pediram para fazer um igual. Pronto! Bagunça encaminhada. Depois de lançarmos várias vezes e nos atentarmos a como as partes do avião estavam presas, a professora aqui ficou de checar material e testar a viabilidade do projeto.

Depois de ir à papelaria e comprar:
- Clipes tamanho "0";
- Elástico (daqueles de amarrar dinheiro);
- Tinta em bisnaga;
- Cola de isopor;
- Placa de isopor de 25 mm;
- Placas de isopor de embalagem de queijos e entubados do mercado...

...peguei a lapiseira, o estilete e a régua e me esparramei na mesa da sala de casa.

Como não tinha molde, fiz o corpo do avião usando a placa de 25mm e no olho mesmo. Um tanto de bom senso acho. Algo como uma gota d'água comprida/ esticada...

Para os estabilizadores horizontais (as asas traseiras laterais), cortei uma tira de 5 cm do isopor de embalagem aproveitando as laterais redondas. Utilizei as pontas redondas para facilitar o avião a "vencer" a resistência do ar. Para prender os estabilizadores, fiz dois cortes horizontais nas laterais, coloquei cola de isopor dentro do corte e encaixei as duas "asas" nos cortes. Esperei um pouquinho e tudo ok.

Para fazer o estabilizador vertical, dividi o restante do isopor da embalagem fazendo duas tiras de 5 cm. A tira que sobrou, mais larga do que 5cm foi dividida ao mesmo e depois usando as diagonais dos retângulos (melhor ver a foto ao lado). Disso aí é possível aproveitar para fazer outros estabilizadores para outro avião.

Para prender o estabilizador vertical, outro corte no isopor, desta vez na parte superior. Como o isopor foi cortado como triângulo, tive que tirar uma pontinha para melhorar o encaixe no corte e na parte superior deixei arredondado para ajudar com a resistência do ar... Se é que ali faria tamanha diferença. O bom é que ficou esteticamente mais agradável.

Para fazer as longas asas, usei as duas tiras de 5 cm que tinha marcado no isopor de embalagem. Como ficaram muito longas, diminui um pouco o tamanho tirando uma da partes arredondadas. Para garantir que ficassem iguais, usei uma como molde da outra.

Para encaixar as essas asas, precisava fazer um corte inclinado para ajudar o avião a, ao voar, "cortar" o ar subindo. Nem pensei muito e fiz o corte de modo que as asas apontassem para baixo, passei cola e pronto. Me preocupei um tanto mais em deixar as duas asas alinhadas, com mesmo ângulo de inclinação. Carcaça do avião pronta!

Depois de um tempo fui testar! AI AI!!! O avião vai bonitinho..... para baixo!!! Fiz o encaixe das longas asas errado! Os supostos flaps ficaram para baixo! Não sei de onde tirei isso, mas foi um super vacilo! Ficou bem equilibrado, faz um voo bacana em looping, mas para baixo! Foi então que decidi deixar desse jeito e fazer outro arrumado. Levarei para a moçada os dois e iremos "analisar" porque os voos são diferentes.

O que ficou faltando? Um palito de churrasco ou canudo ou arame para fazer um furo comprido que atravesse o avião longitudinalmente para colocarmos o elástico dentro. Esse elástico ficará preso na parte traseira por um clips e na parte frontal por outro clips que ficará preso às hélices. As hélices faremos de garrafa pet e iremos prender com o fundo da garrafa para conseguir girar. Para colar o elástico nas hélices, usaremos cola de isopor. Se não funcionar, cola quente - a testar!

Se alguém se animar para fazer, tive duas dificuldades até então. Primeira é que farelo de isopor quando cortado com o estilete, cria estática e o isopor cola em tudo... Na mão, no estilete, no isopor... Aff! Tentei resolver com um pano molhado, mas acho que não ajudou muito. Enfim, a lixeira teve que ficar do lado o tempo todo. A segunda foi acertar as laterais para o isopor não ficar esfarelando. Isso não teve jeito. Em algumas situações usei cola de isopor para grudar o isopor de volta, mas não ficou arrumadinho não.

Acho que com isso dá pra começar a fazer os aviões com os pequenos na quinta-feira. Parte do material temos, faltam: placas de isopor de embalagem, garrafa pet, canudo ou palito de churrasco.

Em breve notícias!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Motorização de instrumentos medievais

Todos os anos temos no primeiro semestre uma Feira Medieval. É uma feira na qual as crianças se organizam ao longo de quase um mês para tentar caracterizar o máximo possível o espaço da escola, encontrar roupas adequadas, ensaiar danças e músicas, trocar informações sobre o períodos, enfim, entender o funcionamento da idade média... É um trabalho que sempre fica lindo!!

Como a disciplina de Educação Tecnológica não tem ligação imediata com a idade média, tendo em vista que temos vários motores e sensores em uso, optamos por estudar os instrumentos que eram utilizados na idade média, separados por categoria (agricultura, comércio, armas de guerra ou tortura), selecionar os que fossem possíveis de motorização e na sequencia os que fossem possível replicarmos com o nosso material.

Acho que uma das coisas legais da sala de aula é quando a aula flui e todos participam. Neste ano só dou aula para uma das seis turmas de 7º ano e fico imaginando se tivesse mais turmas, porque a aula foi divertidíssima! Ri um monte e as crianças participaram com tantas ideias que achei que não fossem caber no quadro!

O que apareceu, com falha na memória, foi o seguinte:

Agricultura
Arado
Charrua
Moinho de água ou de vento
Roda d'água 

Comércio
Tear
Roda de fiar
Carroça 

Máquinas de guerra ou de tortura
Catapulta (aqui falei que há vários tipos e expliquei a diferença)
Balista/ Besta
Dama de ferro
Guilhotina
Forca
Roda do desespero
Cama de tortura
Amassador de joelho

Desses, vários seriam passíveis de motorização na atualidade. Destes, alguns não seriam interessante de motorizar com nosso material pela dificuldade ou pela inadequação. Então, cada grupo escolheu três instrumentos para motorizar.

AH! Não deixe de reparar na quantidade de instrumentos de tortura que surgiram! Esses foram os que lembrei, mas vários outros foram citados e descritos... Acho que a justificativa para tal é que quando buscamos no Google "instrumentos medievais", os resultados que aparecem são basicamente de dois tipos: musicais e de tortura. Daí não tem muito o que fazer, tendo em vista que não iríamos tratar de instrumentos musicais.

Enfim, o que dos instrumentos os grupos decidiram fazer?? Catapulta, charrua, roda d'água (foto mais acima), forca (foto logo abaixo) e guilhotina (foto mais abaixo).



Essa guilhotina ficou muitíssimo bem feita porque a "lâmina" corria entre peças de modo que não ficasse balançando quando estivesse subindo ou descendo!

Chegaram a tentar montar uma dama de ferro e o arado, mas o primeiro ficou bem complicado por causa dos pregos e por ser uma caixa, e o segundo porque acabava se transformando numa charrua.

Ai vai um vídeo de montagens em funcionamento...


Produção de um paninho!

Depois de muito maquinar, vimos que várias das atividades das crianças não geram produtos. Como assim? Deixe-me explicar melhor...

Sempre que fazemos uma construção com o material Lego, as crianças não veem o que aquela construção poderia produzir de verdade. Por exemplo, quando construímos eletrodomésticos as frutas não são espremidas e os fogões não funcionam; quando construímos escavadeiras, o solo não é revolvido; quando construímos uma semeadeira, não semeamos, temos ideia de como funciona... E por aí vai! Tudo bem que a ideia é fazermos protótipos e rascunhos do que acontece, mas não seria legal podermos ter um produto de verdade?

Foi então que depois de algumas ideias, decidimos fazer a construção de um tear com as turmas de 4º ano, de modo que ao final houvesse a produção de um pedacinho de pano.

O pano seria feito a partir do alinhavo de barbante, lã, linha de trico etc. com duas cores diferentes.

Isso significou conversarmos sobre o funcionamento do tear, algo que viram com as professoras regentes, assistirmos vídeos de teares em funcionamento e vermos imagens de partes do tear. Tudo isso para entendermos um pouco o funcionamento de um tear, experimentar um modelo inicial de tear, para depois colocaremos a mão na massa e fazermos nosso paninho.

Acho que nessas horas vale a pena todo o esforço em pensar atividades diferentes... Ver a moçadinha entender a ideia do tear, pensar na trama entre as linhas hora por cima hora por baixo, ver um paninho nascer da linha foi muito bacana!


Como este foi o primeiro teste, o momento final foi um tanto frustrante. Tirar a linha do "tear" e conseguir manter tudo junto enquanto as pontas das linhas eram amarradas para não soltarem algo muitíssimo complicado. Numa turma, apenas um grupo conseguiu deixar tudo junto, na outra, tentei orientá-los para que tivessem mais linha para fazerem a amarração final. Isso sim foi trabalhoso.

Enfim, de fato, ao pensarmos no funcionamento do tear não tem nada de muito simples e exatamente por isso, valeu a pena também reforçar a importância de reconhecermos que esse tipo de trabalho artesanal deve ser valorizado. E muito.